Sete filmes com temática gay

Para celebrar a tradicional Parada Gay, que acontece neste domingo (10) em São Paulo, o Sétima Cena preparou um especial sobre grandes obras que retratam o universo LGBT.

E olha que tem filme para todos os gostos, viu? Desde comédias mais escrachadas e coloridas, que retratam a alegria do universo gay; até produções mais dolorosas e engajadas que demonstram o preconceito e a intolerância que recaem sobre os homossexuais em toda parte do planeta.

Nossa lista é formada basicamente por filmes disponíveis em DVD, que podem ser vistos no aconchego do lar. Agora, se você pretende prestigiar a festa da Avenida Paulista e depois ir a um cinema para ver um longa que retrate o universo gay, a nossa dica fica para a produção Weekend (leia a nossa crítica aqui), que estreou neste fim de semana. Boa diversão!

Esta divertida comédia australiana retrata a história de três drag queens, interpretadas  por Terrence Stamp (Operação Valquíria), Hugo Weaving (Matrix) e Guy Pearce (Prometheus), que partem de Sidney num ônibus (denominado Priscila) para realizar uma apresentação no deserto da Austrália. Contando com cenas antológicas, como aquela da sessão de pompoarismo, Priscila, a Rainha do Deserto conquistou o Oscar de Melhor Figurino em 1995 e, com muita justiça, é considerado por público e crítica um dos melhores filmes sobre o universo gay.

O Segredo de Brokeback Mountain, além de demonstrar o talento de Heath Ledger e Jake Gyllenhaal, rendeu ao cineasta taiwanês Ang Lee o Oscar de Melhor Direção em 2006. O filme conta a dolorosa relação de Ennis del Mar (Ledger) e Jack Twist (Gyllenhaal), dois jovens contratados para cuidar de um rebanho de ovelhas no interior dos Estados Unidos que acabam vivendo um tórrido relacionamento amoroso. Com o fim do trabalho, eles partem para as suas respectivas casas, mas logo percebem que estão apaixonados e, por quase 20 anos, mantêm um relacionamento escondido das suas respectivas esposas, dos filhos e, claro, da sociedade. Destaque também para a emocionante trilha sonora, bela fotografia e para a grande atuação de Michelle Williams.

Antes de encantar a todos com a espetacular trilogia de O Senhor dos Anéis, o cineasta Peter Jackson lançou o emocionante e trágico Almas Gêmeas, que retrata a história de duas amigas adolescentes que nutrem um relacionamento obsessivo. À medida que a amizade fica mais intensa, elas começam  ser afastar da realidade e de suas famílias e, para não serem separadas, planejam um assassinato brutal.  A inglesa Kate Winslet interpreta uma dessas jovens, e teve aqui a primeira chance de demonstrar o seu grande talento, reconhecido, finalmente, 15 anos depois com o Oscar de Melhor Atriz por O Leitor.

Uma ótima opção para aqueles que gostam de um filme divertido e emocionante é o longa sueco Patrik 1.5, que narra a relação de um casal gay que ganha o direito de adotar um menino de um ano e meio. Para a surpresa dos dois, ao invés de uma criança, eles acabam recebendo um jovem violento e homofóbico de 15 anos, que abala a relação estável deles. Com leveza e sensibilidade, o longa aborda as dificuldades dos homossexuais para serem aceitos pela sociedade e, principalmente, construírem uma família.

Já aqueles que curtem um filme político e engajado, a dica é o drama Milk – A Voz da Igualdade, de Gus Van Sant.  Com uma brilhante atuação de Sean Penn, que faturou o Oscar de Melhor Ator em 2009, o filme, ambientado no início da década de 1970, conta a história real de Harvey Milk, o primeiro homossexual assumido a alcançar um cargo público nos Estados Unidos. Sempre disposto a buscar uma sociedade mais justa e livre de preconceito, Milk foi assassinado em 1978 por um adversário político. Além da festejada atuação de Penn, o longa conta com um elenco talentoso, destaque para Josh Brolin, James Franco e um quase irreconhecível Emile Hirsch.

Em uma das melhores atuações de sua carreira, Hilary Swank interpreta em Meninos Não Choram Teena Brandon, uma moça transexual que adquire identidade masculina numa cidadezinha do Nebraska.  Após se envolver com a jovem Lana (Chloë Sevigny) e conseguir conquistar alguns amigos, Brandon tem a sua identidade sexual revelada e passa a sofrer agressões por todos os lados. Conseguindo adquirir postura e voz masculina, Swank realmente convence como homem e acabou faturando o Oscar de Melhor Atriz em 2000.  Meninos  não Choram é um daqueles filmes difíceis de se ver e que, ao final da exibição, deixa a plateia com um grito de revolta entalado na garganta.

Nada como uma divertida comédia para fechar bem esta lista, não é mesmo. Então corra para a locadora mais próxima e alugue o filme A Gaiola das Loucas, em que Robin Williams e Natan Lane interpretam um divertido casal gay dono de uma boate. Quando o filho do personagem de Williams comunica que vai se casar com a filha de um respeitado senador (Gene Hackman), os pais do noivo bolam um plano inusitado para não chocarem os futuros sogros do rapaz e passam a viver como um tradicional casal hétero. O longa rende ótimas cenas, inclusive aquela em que o tradicional machão Hackman se veste de mulher para não ser reconhecido.

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Jornalista, fã incondicional de Nick Hornby e coautor do livro inédito Cine Belas Artes: Um Olhar Sobre os Cinemas de Rua de São Paulo. Ainda não viu nada melhor que Asas do Desejo, de Wim Wenders... Mas Beleza Americana chegou perto. e-mail: cristiano@setimacena.com