Confesso, não sou muito fã de zumbis. É um tema que não chego a desgostar, mas nunca foi algo que realmente me atraiu por ele próprio. Quando comprei meu ingresso para ver Guerra Mundial Z, não esperava grandes coisas do filme, principalmente por estarmos numa época saturada da temática, em especial por conta da (porcaria de) série The Walking Dead.
Estrelado por Brad Pitt, o único nome de destaque do elenco, e dirigido por Marc Forster (007 – Quantum of Solace, O Caçador de Pipas, Em Busca da Terra do Nunca), o filme mostra o desenrolar de uma epidemia zumbi que assola o mundo de forma repentina. Ex-investigador da ONU, Gerry Lane (Pitt) é “recrutado” de volta para ajudar na tentativa de descoberta da origem da doença, com o intuito de descobrir uma vacina para ela.
Nesse meio tempo, ele terá de se afastar da esposa e das duas filhas, que ficam abrigadas em um porta aviões (ou coisa do tipo) do governo enquanto ele parte para a Coreia (do Sul?) e depois Israel, em busca de uma possível solução para a hecatombe que vem sendo causada por uma horda de zumbis supervelozes, uma das coisas mais interessantes do filme.
Quase 100% da trama se desenrola naquela correria-desenfreada-com-câmera-na-mão, para dar um ar de realismo e aproximar o espectador da história. E funciona. É um ponto positivo que acaba suprindo a praticamente ausência de violência explícita, já que o intuito do filme era se encaixar na categoria PG-13, nos Estados Unidos, permitido para maiores de 13 anos. Então não vemos qualquer violência gráfica, sangue, mordidas e vísceras espalhadas pelas cenas. Mas isso não é um grande problema, acredite.
A velocidade com que os zumbis partem para o ataque e as fugas desesperadas dão um ótimo clima de tensão para o filme. E embora tudo gire em torno do personagem de Brad Pitt, este, como ótimo ator que é, não cai no erro de exagerar em sua atuação, ainda que desde o início fique muito claro que ele é o herói que salvará a humanidade da extinção. Vale citar a tensão da cena no laboratório, que intercala momentos de pura adrenalina com outros mais dedicados a táticas de espionagem, onde os personagens tentam entrar em lugares ocupados pelas criaturas sem que estas percebam sua presença.
Um dos poucos erros que o filme comete fica por conta das soluções práticas demais de roteiro. Algumas coincidências e resoluções simplistas em determinadas cenas podem tirar um pouco da atenção dos espectadores mais exigentes. Não chegam a atrapalhar o desenvolvimento da trama, mas dá a impressão de que existe uma preguiça crônica nos roteiristas de Hollywood, que insistem em não aparar todas as arestas das suas histórias. Coisas que, com um pouquinho mais de dedicação, certamente não precisariam acontecer ou poderiam acontecer de outra maneira.
No geral, Guerra Mundial Z é um bom entretenimento, que apostou em uma temática já saturada, mas que encontrou maneiras de não repetir o que vem sendo feito no “gênero” nos últimos anos.